Connettiti con Renovato 21

Artigos em português

Quem vai pagar pelo pesadelo chinês? Uma leitora nos conta um sonho

Pubblicato

il

 

 

Este site busca, entre outras coisas, fazer a crônica do século XXI.

 

A história do nosso tempo não é constituída somente de acontecimentos visíveis. O tecido da realidade é feito também de sonhos – e de pesadelos. Também deles, acreditamos, é necessário fazer a crônica. Neles, como sabemos, podem existir significados enormes, pode estar todo o significado do nosso tempo.

 

Por isso a Renovatio 21 nunca se absteve de publicar sonhos, particularmente aqueles do seu fundador.

 

Ora, intendemos falar sobre o sonho de uma de nossas leitoras, a qual, ontem, quis contar-no-lo. 

 

Chama-se B. e deseja permanecer em anonimato porque a sua visão sobre o quê está acontecendo poderia criar-lhe ulteriores problemas, os quais queremos evitar.

 

«Eu estava na China. Era eu, isto é, era uma outra pessoa: era uma estudante chinesa. Mas era eu. Em suma, era um sonho…»

 

B. tem vivido em Milão pelos últimos 20 anos. É formada. Ama viajar. Ama estudar. Ama tocar o seu instrumento musical. Ama dançar. Ama estar em companhia. Ama a vida.

 

Todavia, neste momento, está tomada de preocupação. Não tem nenhuma intenção de se vacinar, pelos motivos que vocês já podem imaginar.

 

Todos aos seu entorno querem empurrá-la à seringa. Praticamente todos os seus amigos já vacinaram-se. «Estou sozinha, estou circundada».

 

Até mesmo por parte de sua família houve episódios de incompreensão, os quais estão, entretanto, resolvendo-se. No trabalho, que por causa do lockdown diminuiu muito, recebeu um ultimato: ou se vacina ou não precisa mais voltar. De alguma maneira, nos diz, está procurando resolver isso também.

 

A sua vida mudou com a pandemia. Vive sozinha e, como todos sob o lockdown, não viu ninguém por semanas.

«Depois, em um certo momento, percebi que alguém estava escutando a nossa conversa. Percebi o perigo disso, mesmo se, na realidade, eu não estavisse dizendo nada de perigoso».

 

Nos primeiros dias de confinamento em 2020, quando o povo fugia da Estação de Trens Central de Milão e nas prisões observavam-se rebeliões banhadas a fogo e sangue, B. teve medo. Noticiamos esse fato: a Itália estava à beira do colapso e a criminalidade estava aproveitando disso. Logo após, incidentalmente, soltaram algumas centenas de chefes da máfia e a situação, que parecia tensa particularmente em Palermo e Nápoles, aparentemente acalmou-se.

 

(Por ter permitido que todo esse terror tenha propagado-se dentro de tantas mentes inocentes, alguém, em um certo ponto, terá de pagar – é possível imaginar um tribunal de Nuremberg da psique?)

 

B. segue a Renovatio 21 particularmente pelos artigos relacionados aos temas da vacinação e das políticas a esta anexas. Acreditamos que nem a geopolítica e nem a bioética interessem-lhe, portanto, é verossímil que ela nunca tenha prestado muita atenção às nossas (muitas) matérias sobre a China.

 

E mesmo assim o sonho começa ali.

 

«Eu estava na China. Era eu, ou melhor, eu era uma outra pessoa: era uma estudante chinesa. Mas era eu. Em suma, era um sonho…»

 

«Eu estava no aeroporto; estava junto a um grupo de pessoas; não estava fazendo nada específico; estava falando; estava batendo papo. Sobre o quê? Sobre nada em particular».

 

«Um homem chinês aproxima-se e nos interrompe. Diz-nos que não se podem dizer as coisas que estávamos dizendo. Eu digo-lhe que na nossa conversa não há nada de errado e que, portanto, somos livres para fazê-lo».

«Depois, em um certo momento, percebi que alguém estava escutando a nossa conversa. Percebi o perigo disso, mesmo se, na realidade, eu não estavisse dizendo nada de perigoso».

 

«Um homem chinês aproxima-se e nos interrompe. Diz-nos que não se podem dizer as coisas que estávamos dizendo. Eu digo-lhe que na nossa conversa não há nada de errado e que, portanto, somos livres para fazê-lo. Falo com ele em inglês».

 

«Ele parece não se importar nem um pouco com o meu comentário; está sério, seríssimo; então saca o seu distintivo; é da polícia chinesa, ou de uma corporação de segurança mais obscura e perigosa. Sinto-me tomada pelo medo».

 

«O homem me pede para segui-lo. Percebo que ele quer me levar ao quartel general, talvez para me interrogar. Ele não parece intencionado a usar da força, mas está determinado. Percebo que não tenho nenhuma alternativa e, portanto, aceito segui-lo, separando-me assim do grupo. Estou com medo, mas não creio que algo de ruim possa acontecer a mim. Com calma posso convencer a todos que tudo não passa de um mal-entendido, em decorrência do quê eles deverão me liberar».

 

«O homem me leva a um carro; é um conversível. No sonho, isso faz perfeito sentido, assim como o fato de que ele dirija em direção a uma zona interna do aeroporto, parecida com uma pista de pouso. No seu rosto entrevejo emergir um sutilíssimo sorriso. Não sei como explicá-lo».

 

«Quando o carro estaciona, vejo que chegamos a um espaço onde nos espera um helicóptero. A bordo tem uma mulher. Subo, sem criar problemas. Dizem-me que a viagem não é curta, mas que também não é muito longa. Quando decolamos, me dou conta que o chão do helicóptero é transparente. Embaixo de mim vejo passarem os campos chineses e um rio. Sobretudo o rio: reparo na sua grandeza, na sua profundidade. Eu deveria gostar dessa visão, mas na verdade sinto cada vez mais medo».

 

«A dupla de chineses está cada vez mais sorridente, mais relaxada. Como se já tivessem obtido alguma coisa importante. Eu acho que entendo algo daquilo que eles dizem entre si, cumprimentando-se – no mais, eu sou uma estudante chinesa. Portanto, estico as orelhas e capto as palavras que eles trocam entre uma risadinha e outra. Estou tomada pelo medo».

«O homem me pede para segui-lo. Percebo que ele quer me levar ao quartel general, talvez para me interrogar. Ele não parece intencionado a usar da força, mas está determinado. Percebo que não tenho nenhuma alternativa e, portanto, aceito segui-lo, separando-me assim do grupo.

 

«Repentinamente, a minha ficha cai. Aqueles senhores não são policiais. Ou melhor, talvez o sejam, mas de um tipo obscuro que nunca tinha visto, o qual, por causa da minha ingenuidade, eu desconheço. Mas isso não importa; o quê conta é somente o fato de que eu tenha feito o que eles queriam: a atividade deles é pegar os órgãos das pessoas para comercializá-los».

 

«Eles são traficantes de órgãos, são parte de um sistema imenso. Compreendo que sou somente mais uma de uma quantidade interminável de vítimas. Garotas, principalmente. Muitíssimas. Está claro que roubarão também os meus órgãos. O coração, os pulmões, o fígado, os olhos… estou encurralada. Me levam ao lugar onde serei esquartejada».

 

Nesse momento B. acordou. Ainda bem.

 

Ora, trata-se somente de um sonho. B. e nós, e vocês e quem quer que leia esta crônica onírica poderão atribuir-lhe o significado que desejarem, ou dar de ombros e fazer uma piadinha.

 

Para nós, todavia, o significado cósmico desse sonho parece incontroverso: como sabemos bem, o mundo inteiro está virando um Chinão. Um país sob controle total, onde a repressão te golpeia por aquilo que dizes, e onde a predação de órgãos é uma realidade institucional gigante.

«Repentinamente, a minha ficha cai. Aqueles senhores não são policiais. Ou melhor, talvez o sejam, mas de um tipo obscuro que nunca tinha visto, o qual, por causa da minha ingenuidade, eu desconheço. Mas isso não importa; o quê conta é somente o fato de que eu tenha feito o que eles queriam: a atividade deles é pegar os órgãos das pessoas para comercializá-los»

 

Um país sob controle total, onde podes ser aprisionado por causa de tuas ideias. E onde, da prisão, podes ser levado, mediante a aplicação da burocracia penal certa, à mesa de cirurgia para que os teus órgãos sejam extraídos e traficados.

 

É o país do psico-policiamento digital. O país da repressão absoluta, do controle do pensamento até mesmo dentro dos cérebros das crianças. O país que inventou o vírus e a sua respectiva política social: lockdown, tracking, vigilância eletrônica sem fim.

 

Quais são as diferenças entre isso e o quê estão virando o Brasil, a Itália, a Europa, o Ocidente? A China, para muitos de nossos políticos, é um modelo, e as suas tecnologias de vigilância são importadas a todo vapor: câmeras, algoritmos, computer vision, reconhecimento facial, etc.

 

Talvez estejamos dando significados políticos demais ao sonho de B., a qual, no fundo, não parece muito interessada à faceta tecno-geopolítica das nossas matérias. Disse-nos também que quando esteve na China anos atrás sentiu «a mesma energia que estou sentindo aqui na Itália agora… idêntica… sinto-a crescer na minha cidade, no meu país».

 

Talvez, mais simplesmente, trate-se de um pesadelo de uma alma sacudida pelo quê está acontecendo. Green pass, vacinação obrigatória, efeitos colaterais, polarização e divisão da sociedade. Um mundo onde não se sente mais livre para falar, onde teme exprimir qualquer pensamento, onde a possibilidade de ser afastada de suas pessoas queridas é mais do que concreta.

 

O significado cósmico desse sonho parece incontroverso: como sabemos bem, o mundo inteiro está virando um Chinão. Um país sob controle total, onde a repressão te golpeia por aquilo que dizes, e onde a predação de órgãos é uma realidade institucional gigante.

Um pequeno pesadelo que emerge da inquietude de uma garota que está sintonizada com o desmoronamento profundo que está em curso, com o terremoto invisível que está devastando a humanidade.

 

Uma pessoa que tem medo.

 

E agora tornamos a nos perguntar: quem vai pagar por ter assustado todas essas pessoas?

 

Quem vai pagar por ter devastado o coração e a psique de tantos inocentes?

 

Quem vai pagar pelo pesadelo chinês?

 

Tradução de Flavio Moraes Cassin

 

Articolo originale pubblicato in italiano

 

Continua a leggere

Artigos em português

Akita, a Nossa Senhora da chuva de fogo

Pubblicato

il

Da

 

Não é errado, neste momento histórico, recordar-se da última aparição mariana reconhecida pelo Vaticano: Nossa Senhora de Akita.

 

Akita é no Japão. A Virgem Maria apareceu ali meio século atrás. A mensagem que ela deu à Freira Agnese Sasagawa foi chocante. Ela falou de uma destruição em massa, de castigos horríveis: ela falou do castigo Divino.

 

Mais ainda: ela falou de uma «chuva de fogo» que chegaria dos céus e devastaria a humanidade. Neste momento é impossível não pensar nisso: qualquer um é capaz de reconhecer que estamos vivendo o momento mais perigoso da história humana, com a devastação dos mísseis termonucleares mais perto do que nunca.

 

Mas tornemos a Freira Agnese e à aparição de Nossa Senhora.

 

Katsuko Sasagawa nasceu em 1931 em Niigata, cidade de Honshu, a principal ilha do arquipélago japonês. Do outro lado do mar, em relação a Niigata, na parte continental, está Vladivostok.

 

Katsuko foi uma pessoa doente desde jovem. Quando ela não tinha nem vinte anos, passou por uma apendicectomia que a deixou paralisada. Os médicos fizeram alguma coisa errada no processo de anestesia. A cura dessa paralisia fez com que a moça tivesse que passar por inúmeras outras operações, o que causou, seja para ela própria que para a sua família, graves sofrimentos nos anos sucessivos. 

 

Foi nesse período que Katsuko teve contato com uma enfermeira católica (naqueles tempos, também no Japão, havia freiras nos hospitais…) que a introduziu à palavra de Cristo. Katsuko falou com um monge budista, depois se converteu e recebeu o nome de Agnese.

 

Todavia, a moça continuava sofrendo. Em 1956, ela entrou em coma. Algumas freiras que tinham vindo de Nagasaki – a cidade mais católica do Japão… – umedeceram os seus lábios com um pouco de água de Lourdes. Agnese retomou subitamente a consciência.

 

O seu empenho pela comunidade católica foi grande: começou a atuar como catequista na igreja de Myoko, uma cidade ali do lado.

 

Em 1972 Agnese perdeu a audição. A família qui-la de volta em casa, mas ela tomou a decisão de entrar nas Servas da Eucaristia em Yuzawada, uma ordem de freiras contemplativas em um instituto perto da cidade de Akita, que era dirigido pelo Monsenhor Jean Shojiro Itō, o bispo de Niigata que futuramente tornar-se-ia parte integrante da revelação mariana.

 

  Às 8:30 do dia 12 de junho de 1973, Irmã Agnese abriu o tabernáculo da capela onde deveria ocorrer a adoração eucarística. Ela foi investida por uma luz potente. Prostrou-se à terra: ela sabia que poderia se tratar de um evento sobrenatural, mas se perguntou se não fosse apenas uma alucinação.

 

Em 5 de julho, enquanto fazia as orações da noite, sentiu abrir-se, na mão direita, uma ferida em forma de cruz, longa 3cm e larga 2. Ela pensou que fosse um arranhão, mesmo sentindo que a carne estava sendo cortada bastante em profundidade, como se estivesse sendo perfurada.

 

Naquela noite, às 3:00 horas, Agnese escutou uma voz:

 

«Não temas! Não rezes apenas pelos teus pecados, mas também pela reparação dos pecados de todos os seres humanos (…) O mundo atual fere o Santíssimo Coração de Nosso Senhor com a sua ingratidão e as suas injúrias. A ferida de Maria é muito mais profunda do que a tua».

 

Agnese foi guiada à capela, onde a voz, quando perguntada, respondeu-lhe: «Sou quem está ao teu lado e te vigia». Era o seu anjo da guarda.

 

Eis que uma outra voz irrompe na capela:

 

Minha fila, minha noviça, tu obedeceste-me bem abandonando tudo para me seguir. É dolorosa a enfermidade nas tuas orelhas? A tua surdez vai sarar, está certa disso. A ferida na tua mão faz-te sofrer? Reza pela reparação dos pecados dos homens. Cada pessoa desta comunidade é uma minha filha insubstituível. Recitais bem a oração das Servas da Eucaristia? Então recitemo-la juntas:

 

Sacratíssimo Coração de Jesus, realmente presente na Santa Eucaristia, eu consagro o meu corpo e a minha alma para serem inteiramente unidos com o Teu Coração que é sacrificado a cada instante em todos os altares do mundo, dando louvor ao Pai e invocando a vinda do Seu Reino.

 

Peço-te, recebe a humilde oferta de mim mesma. Usa-me como desejas para a glória do Pai e para a salvação das almas.

 

Santíssima Mãe de Deus, não deixes que eu me separe do teu Divino Filho.

 

Peço-te, defende-me e protege-me como tua filha particular.

 

Amém.

 

Enfim, a Virgem Maria acrescentou:

 

Ora muito pelo Papa, os bispos e os padres. Desde o momento do teu batismo sempre oraste por eles com fé.

 

Continua a orar muito, muitíssimo.

 

Conta ao teu superior tudo o que aconteceu hoje e obedeça-lhe em tudo o que ele te dirá.

 

Ele pediu que ela orasse com fervor.

 

Logo, Freira Agnese ora. Diante dela estava a estátua da Virgem da capela, uma cópia da Virgem de Amsterdã – Nossa Senhora de todos os povos – esculpida pelo artista budista Saburo Wakasa, membro do instituto japonês de escultura.

 

Por volta das cinco da manhã a voz desapareceu e outras freiras entraram na capela. Irmã Agnese pediu à Irmã K. que olhasse a mão da estátua: ela não tinha ousado fazê-lo no decorrer de todo aquele tempo, não tivera a coragem. Quando Irmã K. aproximou-se para examinar a estátua, prostrou-se ao chão. Não mãos da estátua havia a mesma ferida que tinha aparecido na palma de Freira Agnese.

 

Em 12 julho, durante as orações das freiras, o sangue recomeçou a escorrer da mão da efígie: a este ponto, a história já era incontível, tinha-se difundido muito além do convento. Duas semanas mais tarde chegou o bispo de Niigata, Jean Shojiro, que constatou os eventos.

 

Em 28 de julho, a ferida de Irmã Agnese começou a doer de maneira insuportável. A religiosa correu em direção à capela e prostrou-se ao chão.

 

No momento de maior padecimento, eis que surge a voz:

 

«O teu sofrimento terminará hoje. Conserva preciosamente a recordação do sangue de Maria, grava-o bem no teu coração; este sangue derramado tem um significado profundo (…) para a conversão de todos os pecadores».

 

Imediatamente, a ferida desapareceu, sarou.

 

No dia 3 de agosto, a Freira Agnese recebeu uma outra mensagem:

 

Minha filha, minha noviça, amas o Senhor? Se amas o Senhor escuta o que eu tenho para te dizer. É muito importante. Reportá-lo-ás ao teu superior.

 

Muitos homens neste mundo causam sofrimento ao Senhor. Eu desejo almas que O consolem para aplacar a cólera do Pai Celeste. Desejo, junto ao Meu Filho, almas que deverão reparar, por meio de seus sofrimentos e sua pobreza, as ofensas dos pecadores e dos ingratos.

 

Para que o mundo possa conhecer a Sua ira, o Pai Celeste está planejando infligir um grande castigo sobre toda a humanidade.

 

Junto ao Meu Filho, intervi muitas vezes para aplacar a ira do Pai. Impedi a vinda de calamidades oferecendo-Lhe os sofrimentos do Meu Filho na cruz, o Seu precioso sangue e as almas prediletas que O consolam, formando um grupo de almas vítimas. Oração, penitência e sacrifícios corajosos podem atenuar a cólera do Pai. Eu desejo isso também da tua comunidade… que ela ame a pobreza, que se santifique e reze em reparação pela ingratidão e as ofensas de tantos homens.

 

Recitai a oração das Servas da Eucaristia conscientes do seu significado. Colocai-a em prática; oferecei em reparação pelos pecados tudo aquilo que Deus pode mandar. Faça de um jeito que todos se esforcem, de acordo com as capacidades e as posições, para oferecerem-se inteiramente ao Senhor.

 

Mesmo em um instituto secular a oração é necessária. Já as almas que querem rezar, elas estão para serem reunidas. Sem dar muita importância à forma, permanecei fiéis e fervorosos na oração para consolar o Maestro.

 

O que pensas no teu coração é verdadeiro? Estás sinceramente decidida a tornar-te pedra descartada? Minha noviça, tu que desejas pertencer sem reservas ao Senhor para tornar-te a digna esposa do Esposo, faze os teus votos sabendo que deves ser afixada à cruz com três pregos. Esses três pregos são: pobreza, castidade e obediência. Dos três, a obediência é fundamental. Em total abandono, faze-te guiar pelo teu superior. Ele saberá como entender-te e encaminhar-te. 

 

Marya-sama, como os japoneses chamam a Virgem Maria, nesta mensagem anunciou a chegada do castigo. Ao mesmo tempo, declarou a importância da obediência à hierarquia eclesiástica.

 

Em 13 de outubro, Irmã Agnese recebeu a terceira mensagem, a mais tremenda.

 

Enquanto rezava, de repente ela percebeu de novo aquela luz e um perfume suave que provinha da estátua.

 

Minha cara filha, escuta bem o que tenho para te dizer. Comunicá-lo-ás ao teu superior.

 

Como te disse, se os homens não se arrependerem e não melhorarem si próprios, o Pai infligirá um terrível castigo sobre toda a humanidade. Será um castigo maior do que o Dilúvio, de proporções nunca antes vistas.

 

O fogo cairá do céu e levará embora uma grande parte da humanidade, os bons assim como os maus, sem poupar nem padres nem fiéis.

 

Os sobreviventes encontrar-se-ão de tal modo aflitos, que terão inveja dos mortos.

 

As únicas armas que vos restarão são o Rosário e o Sinal deixado pelo Meu Filho. Recitai todos os dias as orações do Rosário. Com o Rosário, orai pelo Papa, pelos bispos e pelos padres.

 

A obra do diabo infiltrar-se-á na Igreja de tal modo que ver-se-ão cardeais oporem-se a outros cardeais, bispos contra bispos.

 

Os sacerdotes que me veneram serão desprezados e obstaculizados pelos seus confrades… igrejas e altares saqueados; a Igreja estará cheia daqueles que aceitam compromissos e o Demônio estimulará muitos sacerdotes e almas consagradas a deixarem o serviço do Senhor.

 

O Demônio será implacável especialmente contra as almas consagradas a Deus. A ideia da perda de tantas almas é a causa da minha tristeza. Se os pecados aumentarem em número e gravidade, não haverá perdão para eles.

 

Com coragem, fala com o teu superior. Ele saberá como encorajar cada uma de vós a orar e a realizar a vossa tarefa de reparação. É o bispo Itō que dirige a vossa comunidade.

 

Tens ainda algo para perguntar? Hoje será a última vez que falarei com ti em viva voz. Deste momento em diante obedecerás a quem te foi enviado e ao teu superior.

 

Reze muito a oração do Rosário. Somente eu ainda posso salvar-vos das calamidades que se aproximam.

 

Quem tiver confiança em mim será salvo.

 

Essas foram as últimas palavras que Nossa Senhor confiou à Irmã Agnese.

 

Porém, os eventos extraordinários de Akita não terminaram.

 

No dia 4 de janeiro de 1975, a freira sacristã deu-se conta de que a base da estátua da Virgem estava molhada: algumas lágrimas estavam gotejando de seus olhos. Um fenômeno ao qual o Bispo Itō assistiu.

 

A própria escultura, posteriormente, parece ter mudado suas feições: de repente perece ter assumindo uma expressão de tristeza, não notada antes de então.

 

Saburo Wakasa, o escultor budista, foi chamado: ele confirmou: não a tinha esculpido daquele modo. Sobretudo «as bochechas que eu tinha esculpido eram cavas, o rosto parece ter cedido, a sua cor tinha virado marrom escuro, a sua expressão mais penetrante».

 

As lágrimas, por sua vez, foram analisadas pelo professor Kaoru Sagisaka: eram de origem humana, do grupo 0. De 4 de janeiro a 15 de setembro de 1981, as lacrimações parecem ter cessado. Don Tasuya, o capelão, teria contado algo como 101 repetições do fenômeno. As testemunhas são cerca de 2000. Diz-se que uma TV japonesa teria filmado um desses eventos.

 

Monsenhor Itō foi a Roma duas vezes para perorar pela causa de Nossa Senhora de Akita. O cardeal Ratzinger permitiu-lhe anunciar a autenticidade da aparição: «esses fatos, estabelecidos depois de 11 anos de estudos, são incontestáveis (…) consequentemente autorizo a veneração de Nossa Senhora de Akita». Depois ter obtido o que era justo, o bispo Itō aposentou-se.

 

Em 1988, Ratzinger voltou a falar de Akita, declarando que os fenômenos entorno à Irmã Sasagawa e àquela capela eram dignos de serem acreditados pelos crentes.

 

Freira Agnese sarou da surdez em dois momentos, em 1974 e 1982, mas de 1981 em diante voltou a ter paralisia. Ela continuou a executar pequenos trabalhos para a comunidade com a ponta dos dedos e os dentes.

 

O mariólogo padre Réné Laurentin, que a conheceu e estudou o seu caso, escreveu que Freira Agnese «continua vivendo a sua vida cheia de sacrifícios, constrangida à cama, numa paz profunda».

 

A mensagem de Nossa Senhora de Akita é chocante. O bispo Itō, posteriormente, disse que acreditava que a terceira parte dela, com a sua carga de castigo e destruição, estivesse conectada à mensagem de Fátima.

 

 

Hi ga Ten kara kudari. O fogo virá do céu, a maior parte da humanidade será destruída, e nem os padres nem os fiéis serão poupados. Os sobreviventes invejarão os mortos.

 

Akuma ha, Kyōkai no naka made hairikomi. O demônio entrará na Igreja.

 

Cardinaru ha Cardinaru ni, Shikyō wa Shikyō ni tairetsu suru deshō. Cardeais voltar-se-ão contra outros cardeais, bispos contra bispos.

 

Akuma guiará muitos padres e religiosos para longe de Deus. Os padres que veneram a Virgem Maria serão desprezados e atacados. Igrejas e altares serão profanados.

 

Kyōkai ha, dakyō suru mono de ippai ni nari. A Igreja estará cheia de compromissos.

 

Vejam bem: a precisão da descrição dos assuntos eclesiásticos é total.

 

Mas também a dos assuntos do mundo: a chuva de fogo já está pronta nos céus, sabemo-lo – não houve nenhum momento da história no qual isso tenha sido mais verdadeiro, nem em Cuba, nem durante toda a Guerra Fria, nem nos milênios precedentes.

 

A chuva de fogo termonuclear está sobre nós: sobre a Itália, que abriga pelo menos 40 ogivas americanas e, portanto, tem só Deus sabe quantas outras miradas sobre ela pela Rússia.

 

Fomos nós que a chamamos, nós que a invocamos, a procuramos: talvez o grosso do trabalho tenha sido feito pelos nossos governantes, é verdade – mas, se, por um momento, deixássemos de lado o orgulho e olhássemos dentro de nós, saberíamos que ela chegará também pelos nossos pecados. Pelos pecados que cometemos. Pelos pecados que permitimos que fossem cometidos.

 

O que, de concreto, podemos fazer? Podemos somente prostrar-nos nós também diante de Marya-sama e implorar por misericórdia.

 

E obedecer às instruções da Irmã Agnese:

 

Mainichi, Rosaryo no inori wo tonaete kudasai.

 

Orem o Rosário todos os dias.

 

 

Roberto Dal Bosco 

 

 

Tradução de Flavio Moraes Cassin, cujas opiniões pessoais não coincidem necessariamente com aquelas expressadas neste artigo.

 

 

Articolo originale in italiano.

 

 

Imagem de SICDAMNOME via Wikimedia publicada sob licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International (CC BY-SA 4.0); imagem modificada.

Continua a leggere

Artigos em português

Klaus Schwab encontra-se com Draghi. Eis a «Great Narrative» do Apocalipse e de suas Bestas

Pubblicato

il

Da

A notícia foi reportada no site oficial do governo italiano com um título que poderia enganar os menos avisados: «O Presidente Draghi encontrou-se com o Presidente executivo do World Economic Forum».

 

Para os poucos leitores da Renovatio 21 que ainda não sabem, World Economic Forum significa Davos. E o presidente que se encontrou com o premier Draghi, portanto, não é ninguém menos do que Klaus Schwab – o máximo teorizador público do Grande Reset.

 

«O Presidente do Conselho, Mario Draghi, encontrou-se na tarde de hoje, no Palácio Chigi, com o Fundador e Presidente executivo do World Economic Forum (WEF), Klaus Schwab»

 

«O Presidente do Conselho, Mario Draghi, encontrou-se na tarde de hoje, no Palácio Chigi, com o Fundador e Presidente executivo do World Economic Forum (WEF), Klaus Schwab», escreveu o site governativo.

 

«A conversa foi focada no próximo Encontro Anual do WEF previsto para ocorrer em Davos em janeiro de 2022 e nos principais dossiers globais, tema também da Presidência italiana do G20, com particular referimento ao assunto da retomada econômica e social pós-pandêmica».

 

O encontro ganhou pouca visibilidade. Nenhum jornal, impresso, eletrônico ou televisivo, deu-lhe relevância – e isto enquanto uma parcela significativa da população está indiscutivelmente convencida de que Schwab é o chefe de uma conspiração da oligarquia global que visa a instalar um novo mundo de controle no qual todos serão escravizados. Que ideia maluca.

 

Teria sido um artigo de alguma relevância: ahh, teóricos da conspiração! Vejam isso: um faraó do Mal que vem aqui na Itália para se encontrar com o seu bravíssimo premier! Só pode ser o Espectro [personagem da Comics D.C.; n.d.t.]! Bola pra frente; virem pessoas sérias; cresçam!

 

Em vez disso, nada.

 

Nem mesmo meio editorialzinho em destaque no jornal do ex-genro do finado Rodotà, o apresentador de TV Gramellino. Seria uma baita ocasião para tirar sarro da cara dos no-vax e, quem sabe, apresentar ao mundo um homem que seguramente tem muitos méritos, pois de outro modo não teria chegado onde chegou.

 

Nada. Nulla. Zero. Zilch. Silêncio da mídia.

 

Esse silêncio é algo que já tínhamos visto. Por exemplo quando Gentiloni, há pouco e por pouco premier, encontrou-se sem muito alarde com George Soros em Roma, no auge da tradicional onda de boteiros provindos do Continente negro – os mesmos “ajudados” pelas ONGS financiadas pela Open Society Foundation do homem de finanças bilionário (o único no mundo com a sua própria política externa; estamos falando dele).

 

Na época, mesmo sob o silêncio dos grandes jornais, vieram à frente, após o fato, um bocado de políticos de oposição. Meloni. Grillo. Calderoli. Todos fazendo a mesma perguntinha: o que Gentiloni tinha ido fazer com Soros? O que eles falaram entre si?

 

Agora todos eles desapareceram. Ninguém quer, de verdade, saber – por que não com uma bela carta parlamentar interrogativa? – o que o Presidente do Conselho teria para falar com um teórico da redefinição do mundo e da própria natureza humana. Porque, além da indústria, da economia, da sociedade, Schwab invocou abertamente a fusão homem-máquina, as interfaces neurais e a possibilidade de escanear os pensamentos das pessoas enquanto elas passam pelos aeroportos, uma «fusão da nossa identidade física, digital e biológica».

 

Tudo isso é verdade.

 

Depois, para a imprensa italiana, o teórico do Grande Reset não é Schwab. É Viganò. Sim, para o jornal do filhinho do Mentana, para o Dagospia e só Deus sabe para quantos outros, deve-se falar em «Monsenhor Carlo Maria Viganò, o teórico do “grande reset”»! Desse jeito. Ipsis litteris.

 

Isto é, o Grande Reset, que eles obviamente colocam entre aspas, não foi teorizado por Schwab, que até mesmo escreveu um livro sobre o assunto – não se sabe porque ele ainda não foi publicado na Itália – intitulado COVID-19: The Great Reset, do qual ninguém, ao que parece, nunca ouviu falar. Ignorância, má-fé, desleixo: não sabemos como definir isso. Mas é assim: o Grande Reset foi teorizado pelo arcebispo, e não pelo personagem que, sob o silêncio deles próprios, acabou de se encontrar com o primeiro Ministro da República Italiana.

Parece mais um vilão do James Bond. É um personagem de livro de romance, televisivo, de ficção

 

Eu me pergunto: nem mesmo uma vinheta? Em suma: parece mais um vilão do James Bond. É um personagem de livro de romance, televisivo, de ficção. Alguém, após tê-lo visto vestido em um indumento com o qual certa vez apresentou-se em público chegou a falar em Star Trek. (Nós odiamos Star Trek).

 

 

Semana passada, o «Schwaboo» arrumou algo para fazer. Em Dubai, o elitista careca anunciou a criação de uma iniciativa chamada Great Narrative. A Grande Narrativa.

Cada narração é uma edição, uma montagem. Para dar um sentido às histórias, omitem-se detalhes, perspectivas e personagens que poderiam levar a um lugar indesejado

 

O que seria a Grande Narrativa? É «um esforço colaborativo entre os principais pensadores do mundo para modelar prospectivas a longo prazo e co-criar uma narrativa que pode ajudar a guiar a criação de uma visão mais resiliente, inclusiva e sustentável para o nosso futuro coletivo», diz o site do World Economic Forum de Davos. «Os melhores pensadores provenientes de uma variedade de áreas geográficas e do conhecimento, inclusos futurólogos, cientistas e filósofos, contribuirão com novas ideias para o futuro. As suas reflexões serão compartilhadas em um livro, The Great Narrative, cuja publicação está prevista para janeiro de 2022».

 

«Estamos aqui para desenvolver a Grande Narrativa, uma história para o futuro», anunciou Schwab em Dubai na quinta-feira passada, junto ao ministro dos Assuntos de Gabinete dos Emirados Árabes Unidos, Mohammad Abdullah Al-Gergawi.

 

«Para modelar o futuro, primeiro você tem que imaginá-lo, tem que projetá-lo, e depois construí-lo». Trata-se de uma retórica que está entre a publicidade de um tênis de corrida e um delírio tirânico.

 

«Acho que nos próximos dois dias, aqui, vamos analisar como imaginaremos, projetaremos e como concretizaremos a Grande Narrativa; como definiremos a história do nosso mundo para o futuro», declarou Schwab na rica (?) cidade capital dos influenciadores digitais no deserto arábico.

As suas vozes dissidentes estão apagadas, inaudíveis nas mídias ou na representação democrática. Os seus pensamentos, censurados pelas redes sociais. As suas manifestações estão proibidas – e reprimidas com uma força jamais antes vista.

 

Depois ele lamentou-se.

 

«As pessoas tornaram-se muito egocêntricas e, em uma certa medida, egoístas. Em uma situação desse tipo é muito difícil criar um acordo porque plasmar o futuro, projetar o futuro, geralmente requer uma vontade em comum entre as pessoas», declarou.

 

«O mundo tornou-se tão complexo. As soluções simples para problemas complexos não bastam mais».

 

«Hoje não há mais separação entre social, político, tecnológico, ecológico – tudo está emaranhado», acrescentou, dando a entender que o seu programa seria uma reprogramação integral da associação humana.

 

«Consideramos que seja muito importante trabalhar verdadeiramente juntos a nível global para nos assegurar da utilização do potencial da quarta revolução industrial em benefício da humanidade, porque a tecnologia também comporta algumas armadilhas e pode ser utilizada em detrimento da humanidade». Para quem não sabe, A Quarta revolução Industrial é o título de um outro livro dele (publicado também em português), no qual ele idealiza reformular para sempre o sistema produtivo planetário.

Quem irá permanecer parte dessa história, em vez disso, já foi editado de um modo diferente: foi editado geneticamente. Primeiro duas seringadas de mRNA, depois uma terceira, depois uma quarta e depois só Deus sabe: o referendo para a alteração do genoma humano foi vencido pelo lado do sim, mesmo se os eleitores nem mesmo se deram conta

 

O leitor consegue imaginar sozinho o que é essa tal Grande Narrativa (termo que, na realidade, esperávamos que tivesse sido desvelado de uma vez por todas na era do governo de Matteo Renzi).

 

Cada narração é uma edição, uma montagem. Para dar um sentido às histórias, omitem-se detalhes, perspectivas e personagens que poderiam levar a um lugar indesejado.

 

Vocês sabem muito bem o que já está acontecendo. As suas vozes dissidentes estão apagadas, inaudíveis nas mídias ou na representação democrática. Os seus pensamentos, censurados pelas redes sociais. As suas manifestações estão proibidas – e reprimidas com uma força jamais antes vista.

 

Já os estão editando para fora da história – dissemos-lhes muitas vezes: querem anular-nos; um segmento correspondente a um percentual de dois dígitos da sociedade deve ser sacrificado: é uma ideia que eles já aceitaram politicamente, economicamente, «humanamente».

Bebês editados geneticamente para serem perfeitamente adaptados à Grande Narrativa. Um livro para resetar a humanidade, e quem sabe recriá-la

 

Quem irá permanecer parte dessa história, em vez disso, já foi editado de um modo diferente: foi editado geneticamente. Primeiro duas seringadas de mRNA, depois uma terceira, depois uma quarta e depois só Deus sabe: o referendo para a alteração do genoma humano foi vencido pelo lado do sim, mesmo se os eleitores nem mesmo se deram conta.

 

Podem apostar o que quiserem: a próxima grande edição que lhes empurrarão goela abaixo é a edição dos seus filhos, dos seus netos, da geração que virá. As futuras crianças serão editadas geneticamente em provetas através da técnica CRISPR. Isso porque fazer filhos através da bioengenharia «será como vaciná-los».

 

Bebês editados geneticamente para serem perfeitamente adaptados à Grande Narrativa. Um livro para resetar a humanidade, e quem sabe recriá-la.

 

Bom, já lhes tínhamos advertido. No fim das contas será uma questão de livros.

Procuremos por nossos nomes no livro da vida, no livro do Cordeiro. Os outros que adorem a Besta

 

O livro do Apocalipse já nos ensinou, no capítulo 13, quando fala sobre a Besta.

 

«E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo», (Apocalipse 13, 8).

 

Procuremos por nossos nomes no livro da vida, no livro do Cordeiro. Os outros que adorem a Besta.

 

«E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo», (Apocalipse 20,15).

 

 

Roberto Dal Bosco

 

 

 

Tradução de Flavio Moraes Cassin, cujas opiniões pessoais não coincidem necessariamente com aquelas expressadas neste artigo.

 

 

Articolo originale in italiano.

 

 

 

 

Continua a leggere

Artigos em português

The Lancet: «não se justifica estigmatizar os não vacinados»

Pubblicato

il

Da

 

É surpreendente a posição tomada em um artigo publicado pela prestigiosa revista científica The Lancet: estigmatizar os não vacinados «não se justifica».

 

O autor do breve artigo é o doutor Günter Kampf da Universidade de Medicina de Greifswald, na Alemanha.

 

O doutor Kampf manifestou duras críticas contra uma expressão utilizada ad nauseam pelos nossos médicos, a assim-chamada «pandemia dos não vacinados», com a qual políticos e jornalistas martelaram a cabeça da população por semanas na tentativa de justificar, em toda a Europa, um novo e incredível endurecimento das restrições pandêmicas (o 2G na Alemanha e Áustria, o super green pass na Itália).

«É errado e perigoso falar em pandemia dos não vacinados»

 

«Nos EUA e na Alemanha, funcionários de alto escalão usaram o termo pandemia dos não vacinados, sugerindo que as pessoas que tinham sido vacinadas não eram relevantes na epidemiologia do COVID-19. O uso dessa frase por parte dos funcionários poderia ter encorajado um cientista a afirmar que “os não vacinados ameaçam os vacinados com o COVID-19”», escreveu Kampf.

 

Trata-se, disse o médico, de uma visão demasiado simplória.

 

«Há provas crescentes de que os indivíduos vacinados continuam a ter um papel relevante na transmissão», escreveu o médico alemão.

 

As estatísticas americanas testemunham essa afirmativa:

«Há provas crescentes de que os indivíduos vacinados continuam a ter um papel relevante na transmissão»

 

«Em Massachusetts, EUA, foi detectado um total de 469 novos casos de COVID-19 durante vários eventos em julho de 2021; 346 (74%) desses casos eram relativos a pessoas completamente vacinadas ou parcialmente vacinadas, das quais 274 (79%) apresentavam sintomas. Os limiares do ciclo eram similarmente baixos entre as pessoas completamente vacinadas (mediana 22,8) e as pessoas não vacinadas, não completamente vacinadas ou cujo status de vacinação era desconhecido (mediana 21,5), o que indica a presença de uma elevada carga viral também entre as pessoas completamente vacinadas. Nos EUA, em 30 de abril de 2021, foi reportado um total de 10.262 casos de COVID-19 em pessoas vacinadas, das quais 2.725 (26,6%) eram assintomáticas, 995 (9,7%) tinham-se recuperado e 160 (1,6%) falecido».

 

Além disso, temos também as estatísticas da Alemanha:

 

«Na Alemanha, 55,4% dos casos sintomáticos de COVID-19 em pacientes de idade igual ou superior a 60 anos era relativo a indivíduos completamente vacinados, e esse percentual aumenta a cada semana. Em Münster (…) foram reportados novos casos de COVID-19 em pelo menos 85 (22%) das 380 pessoas que estavam completamente vacinadas ou que se tinham recuperado do COVID-19 e que frequentavam uma discoteca».

 

Portanto, «as pessoas vacinadas têm um risco inferior de contrair a forma grave da doença, mas permanecem sendo uma parte relevante da pandemia». 

 

Incontestavelmente; não podia ser diferente. Ponto.

 

Por isso, disse o doutor Kampf, é «errado e perigoso falar em pandemia dos não vacinados».

«Convido os funcionários e cientistas de alto escalão a pararem a estigmatização inapropriada das pessoas não vacinadas, inclusos os nossos pacientes, colegas e outros concidadãos, e a fazerem um esforço maior para reunir a sociedade»

 

Mesmo porque, como é usual dizer, quem não conhece a história está destinado a repeti-la: «historicamente, sejam os EUA que a Alemanha causaram experiências negativas ao estigmatizar parte da população em razão da cor de pele ou da religião».

 

«Convido os funcionários e cientistas de alto escalão a pararem a estigmatização inapropriada das pessoas não vacinadas, inclusos os nossos pacientes, colegas e outros concidadãos, e a fazerem um esforço maior para reunir a sociedade».

 

Kampf conclui o breve mas incisivo artigo com a declaração de conflito de interesse: ele não tem nenhuma.

 

Quantos médicos que vão às nossas redes de televisão podem dizer o mesmo?

 

 

 

 

Tradução de Flavio Moraes Cassin, cujas opiniões pessoais não coincidem necessariamente com aquelas expressadas neste artigo.

 

 

Articolo originale in italiano.

 

 

 

Continua a leggere

Più popolari