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«Os nossos problemas dependem dos não-vacinados». O discurso de Draghi é de ódio? Não, porque não somos uma minoria

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«Grande parte dos problemas dependem do fato que existem não-vacinados».

 

Com essas palavras, o premier italiano, Mario Draghi, leva-nos a pensar que ele não se considera o Presidente do Conselho de toda a população, mas apenas da parcela vacinada, aquela que – segundo o seu discurso – não cria problemas, porque obedece bovinamente (a etimologia é mesma de vacina: o bovino, a vaca) aos diktat do governo do Partido-Estado e do embrião de tecnocracia biosecuritária chamado CTS.

«Grande parte dos problemas dependem do fato que existem não-vacinados».

 

No discurso contra os não-vacinados publicado pelo seu gabinete de relações públicas, atentou o jornal La Verità, teriam sido comunicados dados errados sobre a quantidade de recuperados da doença – tenham em mente as UTIs lotadas, a pedra angular do inteiro edifício emergencial.

 

«No furor de culpar os não-vacinados, o premier, porém, confundiu-se próprio com os números que levaram o governo a adotar o último decreto», escreve o jornal milanês. «As UTIs, disse Draghi, estão dois terços ocupadas por não-vacinados e também as hospitalizações registram os mesmos percentuais, conforme em seguida dir-lhes-á o ministro Speranza».

Portanto, perguntamo-nos: o discurso de Draghi, as suas acusações temperadas com inexatidão, pode configurar um discurso de ódio?

 

O mesmo ministro Speranza que, porém, pouco após confirmou as palavras do “chefe” somente em parte: «(…) os não-vacinados são pouco mais de 10% dos acima de 12 anos que ocupa dois terços dos leitos de UTI e 50% em toda área médica». E, portanto, não dois terços também das internações como tinha dito alguns minutos antes o presidente do Conselho.

 

Resta o juízo neto do premier: «não devemos nunca perder de vista uma constatação, ou seja, que grande parte dos problemas de hoje dependem do fato que existem pessoas não-vacinadas». Vocês recordarão que não é a primeira vez que os relutantes contra a seringa mRNA são atacados: em julho do ano passado ele disse que «o apelo para não se vacinar é um apelo para morrer. Você não se vacina, você adoece e morre. Ou mata. Você não se vacina, transmite, ele ou ela morrem». A inexatidão dessa afirmação, bem antes da revelação desta semana da existência de vacinados contagiados e que contagiam outros e que adoecem (e também na UTI), era conhecida então, e especificada por toda parte pelos médicos e produtores de vacinas: se você toma a vacina, você não pode ter certeza de que não pegará a doença e nem que não passá-la-á para os outros.

Logo, é difícil aplicar aqui a definição de discurso de ódio: mesmo porque os não-vacinados não são uma minoria. Ou, pelo menos, o establishment recusa-se a reconhece-los como tal.

 

Mas quem ousa parar o dragão? Deixando de lado as fake news patrocinadas pela imprensa ovina, o importante é o que resta do discurso: os não-vacinados colocados como «problemas».

 

Portanto, perguntamo-nos: o discurso de Draghi, as suas acusações temperadas com inexatidão, pode configurar um discurso de ódio?

 

A incontroversa definição da Wikipedia diz: «um discurso de incitamento ao ódio ou discurso de ódio (tradução da expressão inglesa hate speech) é uma comunicação com elementos verbais ou não-verbais que visam a exprimir e a difundir ódio e intolerância, ou a incitar ao preconceito e ao medo em face a um indivíduo ou um grupo de indivíduos acomunados por etnia, orientação sexual ou religiosa, deficiência, outra participação social ou cultural». (N.T.: tradução da definição em língua italiana)

 

De fato, é natural definir os não-vacinados como pessoas de «outra participação social ou cultural».

Os não-vacinados divergem por uma escolha profunda, religiosa, pessoal, filosófica, médica, política, humana; uma escolha coberta por diversos artigos da Constituição – mas não são uma minoria.

 

Todavia, não é fácil dizer se, portanto, trata-se de discurso de ódio, porque não existe uma definição unívoca do assunto, apesar de que já faz anos que rosnam entorno dele o Conselho da Europa, a ONU, uma miríade de ONGs imigracionistas, os LGBT, etc.

 

Logo, é difícil aplicar aqui a definição de discurso de ódio: mesmo porque os não-vacinados não são uma minoria. Ou, pelo menos, o establishment recusa-se a reconhece-los como tal.

 

 Os não-vacinados divergem por uma escolha profunda, religiosa, pessoal, filosófica, médica, política, humana; uma escolha coberta por diversos artigos da Constituição – mas não são uma minoria.

 

Ninguém parece ter entendido verdadeiramente a desumanização gigante em curso. Vocês não são uma minoria porque, talvez, não são inteiramente seres humanos.

 

Tomemos nota: se os não-vacinados fossem uma minoria, eles teriam direito à objeção de consciência. Teriam as suas reservas indígenas (os negros, na África do Sul e na América profunda, tinham os ônibus deles: os não-vacinados não). Teriam quem os defendesse: partidinhos em busca de votos, ONGs, quem sabe algumas sentenças de algum juiz. Em vez disso não, não têm nada disso.

 

Já sabemos: o que estamos escrevendo é imensamente dramático. É enorme ao ponto que ninguém parece ter entendido verdadeiramente a desumanização gigante em curso. Vocês não são uma minoria porque, talvez, não são inteiramente seres humanos.

 

Nós, todavia, repetimo-lo já há muito tempo: a dissidência é um segmento da população cujo sacrifício foi decidido desde há algum tempo. A desintegração dessa porção da população – da qual foi retirado o trabalho, a representação política, a liberdade de expressão, a soberania sobre o próprio corpo, etc. – em alguns lugares foi aceita como uma solução desejável.

Quem decidiu isso fez um cálculo: os votos daqueles que não se curvam não são úteis. Nem mesmo o dinheiro deles é útil (pensem nas redes sociais que banem e expulsam, retiram da plataforma os seus próprios clientes…). Os manobradores calcularam que podem tranquilamente ir adiante com a maioria bovina.

 

Quem decidiu isso fez um cálculo: os votos daqueles que não se curvam não são úteis. Nem mesmo o dinheiro deles é útil (pensem nas redes sociais que banem e expulsam, retiram da plataforma os seus próprios clientes…). Os manobradores calcularam que podem tranquilamente ir adiante com a maioria bovina.

 

Todos os restantes, para usar a expressão de Draghi, são apenas «problemas». E, geralmente, o que se faz com os problemas?

 

Não nos surpreendemos com o discurso de Draghi; escrevemo-lo em um artigo ontem. Com o apocalipse dos testes de COVID, isto é, com o evidente falimento do plano vacinal em face às centenas de milhares de contagiados, que aumentam de hora em hora, os poderosos teriam pressionado na mesma direção, ou seja, a da lógica do bode expiatório. 

 

«Tentarão enlouquecer até o ponto da psicose, empurrar a hipnose em direção ao profundo mais sombrio, acusar o bode expiatório de delitos cada vez mais ilógicos, com a esperança de um sacrifício de violência espetacular», escrevemos ontem.

Podem tirar a nossa vida, mas nunca terão a nossa liberdade. Nesse simples pensamento, há uma verdade infinita: os seres humanos são mais do que a sua própria vida, são mais do que a sua morte.

 

Vêm-nos à mente as palavras de Monica Smit, a ativista australiana presa alguns meses atrás e mantida encarcerada. Em uma entrevista ela tinha dito que considerava a situação australiana uma ditadura por um motivo muito simples: «você sabe que é uma ditadura quando propõe um acordo e, como resposta, recebe o dobro da repressão». Smit tinha tentado falar com a polícia através de seus contatos e pedir pelo menos um dia ao mês para fazer protestos. A resposta do Estado pandêmico em Melbourne vocês já conhecem: sangue e devastação.

 

«Estamos em uma guerra psicológica», disse Smit. Os tiranos médicos estão «tentando fragmentar a nossa disposição» para submeter-nos.

 

Podem tentar, claro. Podem arremessar-nos contra os discursos de ódio deles. Podem tirar o nosso trabalho, o nosso pão e o nosso direito à dignidade de cidadãos. Mas nunca poderão vencer.

O que importa ser considerado uma minoria protegida, se temos a possibilidade de testemunhar essa verdade sagrada?

 

Porque, dizia um famoso herói escocês, podem tirar a nossa vida, mas nunca terão a nossa liberdade. Nesse simples pensamento, há uma verdade infinita: os seres humanos são mais do que a sua própria vida, são mais do que a sua morte – porque, quando morrem, permanecem, milagre metafísico, eles próprios.

 

O que importa ser considerado uma minoria protegida, se temos a possibilidade de testemunhar essa verdade sagrada?

 

O que importa se o dragão, os seus soldados e os seus servos não podem compreendê-lo?

 

 

Roberto Dal Bosco

 

 

Tradução de Flavio Moraes Cassin

 

Articolo originale pubblicato in italiano

 

Imagem de NG02 via Deviantart publicada sob licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported (CC BY-NC-ND 3.0)

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