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Da guerra civil à guerra biótica

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No início dos anos 90 foi publicado um livro do filósofo marxista Robert Kurz intitulado O colapso da modernização. Nele se refletia sobre o quê aconteceria ao mundo após o fim do bloco socialista.

 

«O mundo unitário e unificado, por fim efetivado e conhecido pela maioria (…) revela-se na horrível visão de uma guerra civil mundial (Weltbuergerkrieg), na qual não existirão frontes reconhecíveis, mas somente uma cega explosão de violência em todos os níveis».

 

Kurz não estava errado: naqueles meses, assistia-se ao massacre iugoslavo, de fato uma guerra civil de violência sem precedentes ancorada em uma base étnica até então totalmente inimaginável.

 

«O mundo unitário e unificado, por fim efetivado e conhecido pela maioria (…) revela-se na horrível visão de uma guerra civil mundial (Weltbuergerkrieg), na qual não existirão frontes reconhecíveis, mas somente uma cega explosão de violência em todos os níveis».

Contudo, a análise psicopolítica do estudioso alemão ambicionava ir ainda mais além.

 

«Quando homens, povos, regiões e países perceberem que nunca mais terão a oportunidade de vencerem e que, continuando a perder, serão privados de qualquer possibilidade aceitável de vida, acabarão por virar a mesa do jogo e cuspir sobre todas as regras da suposta civilização».

 

Kurz, em suma, previa a chegada de uma fase de caos sanguinário, a mesma que o filósofo Réné Girard, na sua sua teoria sobre A violência e o sagrado, denominou «crise sacrificial».

 

O mundo cujas necessidades estão satisfeitas geraria uma série de conflitos, aos quais daríamos o nome de «guerra civil», cada uma delas tendendo para a barbárie. Essa não era uma ideia inexata: naqueles tempos observava-se uma chuva de sangue não somente nos Bálcãs (que se estendeu, entre um desastre e outro da ONU-OTAN por uma década), mas também na Argélia: centenas de milhares de mortos; crianças, professores de ginásio, mulheres camponesas, frades massacrados da maneira mais selvagem pelos mesmos jihadistas que teriam refinado o aprendizado da pragmática violência iniciado com as decapitações de soldados soviéticos no Afeganistão para culminar no circo macabro dos massacres da ISIS em meados dos anos 2010. Não nos esqueçamos, por fim, que o livro-guia do jihadismo chama-se Idarat at-Tawahhus, isto é, «a gestão da barbárie» (a propósito: o estou traduzindo, por vários anos, e espero concluir o trabalho daqui a poucos meses).

 

Barbárie e guerra civil, portanto, são esferas que no último século viraram sinônimos.

Barbárie e guerra civil, portanto, são esferas que no último século viraram sinônimos; o tardo filão revisionista de Pansa sobre os cruéis partigiani é um testemunho disso. A mensagem era simples, apesar do tabu imposto pela República «nascida pela resistência» (e pela mãozinha mágica de James Jesus Angleton), também a «guerra civil» que se seguiu na Itália no dia 8 de setembro de 1943 foi de fato um momento de extrema barbárie, de todas as partes. Os corpos de Mussolini e sua esposa, Clara Petacci, o representam muito bem: a guerra civil é a regressão ao primordial, ao tribal, ao selvagem.

 

Kurz avançava com a sua teoria para culminar no espectro de insurreição marxista: a guerra civil, historicamente, dizia respeito somente às classes superiores, sendo que a massa proletária foi apenas recentemente chamada à mobilização. É necessário que esta guerra civil deságue em uma revolução, pensavam os velhos comunistas, é necessário que resulte na ditadura do proletariado que almejamos por séculos, já que aquela que vimos concretizada em meio mundo não podemos dizer a voz alta que não gostamos muito…

 

Todos os que estudaram Marx atualmente são servos do grande capital – seja deste lado do muro, seja do outro, onde os líderes políticos (por exemplo, na Albânia) foram convidados ao banquete de núpcias de George Soros.

Passaram-se muitos anos desde que esse livro foi publicado e que pensaram-se essa ideias.

 

Todos os que estudaram Marx atualmente são servos do grande capital – seja deste lado do muro, seja do outro, onde os líderes políticos (por exemplo, na Albânia) foram convidados ao banquete de núpcias de George Soros.

 

O marxismo é evocado como a base de movimentos artificiais como o Black Lives Matter, apoiado abertamente por bilionários e multinacionais desfrutadoras. A «guerra civil» que no momento é consentida ao negros, com a imposição da barbárie em áreas urbanas americanas inteiras, é aplaudida pelo políticos progressistas presentes na folha de pagamento das empresas do Vale do Silício e dos bilionários da finança.

 

Portanto, a «guerra civil mundial», este universo de barbárie perpétua que prometeu-nos o filósofo marxista após o fim do Pacto de Varsóvia, concretizou-se de forma maleável: uma cenografia intercambiável, fingida, pouco profunda, apropriada a um teatrinho que mantenha os observadores distraídos.

 

Portanto, a «guerra civil mundial», este universo de barbárie perpétua que prometeu-nos o filósofo marxista após o fim do Pacto de Varsóvia, concretizou-se de forma maleável: uma cenografia intercambiável, fingida, pouco profunda, apropriada a um teatrinho que mantenha os observadores distraídos. 

Ou talvez não seja bem assim.

 

Na verdade, já faz muito tempo que Renovatio21 repetimos: está em preparação um movimento de contração não pacífica da sociedade. A nossa associação humana foi polarizada de modo inédito pelas redes sociais: a política o sabe bem, e o efeito máximo daquilo de que estou falando foi Donald Trump, que promoveu uma divisão do eleitorado (e da grande mídia, e das entidades estatais) que criou grupos incapazes até mesmo de comunicarem-se entre si. 

 

Posteriormente veio a pandemia. A lacuna agravou-se de maneira muito profunda e em um âmbito completamente novo: não apenas nos planos político e civil, mas também no plano biótico. É a própria vida biológica das pessoas – o bios – que agora é o dado relevante para as facções rivais.

 

Eu tomei a vacina, por que você não?

 

Eu protejo-me da ameaça biológica deste milênio com a máscara, por que você não?

 

Eu aceito as modificações genéticas através do mRNA, por que você não?

 

Eu estou disposto a renunciar à minha privacidade sanitária, por que você não?

 

Eu esterilizei meu filho, por que você não?

 

Todas elas são perguntas capciosas, mais ou menos evidentes, sob quaisquer discursos públicos e privados, quando fala-se de obrigações, de riscos e dos antivacina, este indizível, inexplicável câncer social que não vem à mente de ninguém definir, como no passado,  «dissidentes», muito menos com o (feio) termo jurídico que serviria como uma luva, «objetores».

 

Os antivacina, este indizível, inexplicável câncer social que não vem à mente de ninguém definir, como no passado, «dissidentes», muito menos com o (feio) termo jurídico que serviria como uma luva, «objetores».

O quê, no momento, divide a população é um dado biológico, não étnico. Aquilo que cria um conjunto de contrastes ao interno da sociedade, não é uma ideologia, mas uma biopolítica.

 

Conforme visível a todos, uma das duas facções goza não apenas do apoio estatal, mas também de todo o sistema supranacional (OMS, Bill Gates, Big Tech, Big Pharma, etc.) que financia decisões da elite estatal e lhe provê dinheiro. O estado moderno, portanto, não tem nenhuma intenção de aplacar o confronto ao seio de seu próprio corpo.

 

A conclusão a que podem chegar as autoridades, fortalecidas por um apoio popular sem precedentes, é uma só: o sacrifício da parcela da população considerada errada. O aniquilamento da minoria tóxica. A anulação do grupo discordante – cujas ideias, assim como o vírus, sabemos o quanto são contagiosas.

 

O cálculo já foi feito: se o dissidentes correspondem a 30% da população, como alguém disse, anulando-os obtém-se uma situação que consente a sobrevivência do sistema.

 

O quê, no momento, divide a população é um dado biológico, não étnico. Aquilo que cria um conjunto de contrastes ao interno da sociedade, não é uma ideologia, mas uma biopolítica.

É com base nesse cálculo que as redes sociais nos estão censurando e botando para fora: assim como outras entidades (escolas, hospitais, igrejas) já aceitaram a ideia de desfazerem-se de nós, inclusive do nosso dinheiro, e continuar serenas juntamente com a massa bovina constituída por aqueles que não esquentam a cabeça e obedecem em troca de um petisco eventual, até o dia em serão levados ao matadouro. 

 

Nós, que perturbamos a ruminação do rebanho e o assustamos com essa história do açougueiro, somos um problema que deve ser eliminado – é conveniente não só politicamente, mas também economicamente. E convém ao estado que tem como único sistema operativo a filosofia do utilitarismo: máxima satisfação à maioria por meio da aceitação de eventuais sacrifícios da minoria.

 

Não pasmemos, portanto, se o estado, em meio a aplausos daqueles que se enfileiram nas centrais de distribuição da seringada genética, tenha atribuído o processo biopolítico em curso aos militares.

Logo, existe mais de uma motivação válida e concreta para livrarem-se de nós.

 

Não pasmemos, portanto, se o estado, em meio a aplausos daqueles que se enfileiram nas centrais de distribuição da seringada genética, tenha atribuído o processo biopolítico em curso aos militares. Ouvimos nos jornais diversos tipos de linguagem belicosa, com discursos acerca da «caça aos não vacinados», e «os antivacina que devem ser desembarricados», etc. Sim, trata-se de uma operação militar, porque nos bastidores os manipuladores sabem que o quadro que se aproxima é um quadro de confronto, e, portanto, preparou soldados, isto é, homens armados. 

 

Porque são muitos que, como nós, não se renderão nunca, preferindo – de verdade – a morte do que acender uma vela à necrocultura pandêmica, à ditadura biosecuritária e seus remédios trans-humanistas. 

 

Muitos não se renderão nunca, preferindo – de verdade – a morte do que acender uma vela à necrocultura pandêmica, à ditadura biosecuritária e seus remédios trans-humanistas.

«Está avizinhando-se uma guerra civil, e vocês sabem disso», escreveram os militares franceses ao poder executivo em uma carta estranha algumas semanas atrás.

 

Nos enxergamos a situação um pouco mais articuladamente: avizinha-se uma guerra biótica, e ninguém ainda entendeu bem isso.

 

Portanto, caros leitores, estamos quase lá. Preparemo-nos para o impacto; será estrondoso, aliás, já é. Já podemos ver os efeitos devastantes, sobre as vidas e sobre as famílias de muitos, do DL 44, a primeira efetiva lei de discriminação biológica deste conflito.

 

Avizinha-se uma guerra biótica, e ninguém ainda entendeu bem isso.

Mas nunca se esqueçam: nesta guerra biótica mundial, não somo nós aqueles por trás da barbárie.

 

Não somos nós que esquartejamos crianças para produzir fórmulas medicinais.

 

Não somos nós que impomos ao próximo o dever de servir de cobaia a uma experiência científica.

 

Mas nunca se esqueçam: nesta guerra biótica mundial, não somo nós aqueles por trás da barbárie.

Não fomos nós que lotamos as UTIs e depois as esvaziamos sem fazer nenhuma autópsia.

 

Não fomos nós que cremamos restos mortais de seres humanos de modo que ninguém pudesse chorar por eles.

 

Não fomos nós que impedimos o povo de viver, trabalhar, abraçar-se, rezar – por meses.

 

Nós somos a civilização, a civilização da vita – e por ela vale a pena combater até quando o nosso coração cessará de bater.

 

Nós somos aqueles que, nem por um instante, pensamos em empregar a violência nem em chamar os militares.

 

Nós somos a civilização, a civilização da vita – e por ela vale a pena combater até quando o nosso coração cessará de bater.

 

 

Roberto Dal Bosco

 

 

 

Tradução de Flavio Moraes Cassin

 

Articolo originale pubblicato in italiano

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